Boas Práticas de Fabricação e Laboratório

Boas Práticas de Fabricação e Laboratório

Você já ouviu falar em BPF e BPL? Sabe da importância desses termos em um processo produtivos industrial ou de laboratório? Se você não tem ideia do que estamos falando ou quer entender mais, você está no lugar certo!

O que são Boas Práticas de Fabricação?

As Boas Práticas de Fabricação (BPF) ou, em inglês, Good Manufacturing Practices (GMP) são procedimentos que se aplicam, por exemplo, para os processos que estão envolvidos na fabricação de um produto. Elas envolvem desde a coleta e o tratamento de matérias-primas até o produto final.

Vale ressaltar que, atualmente, existe no Brasil a regulamentação das BPF. Essa normatização é realizada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Esse órgão brasileiro promove a inspeção sanitária por meio de instrumentos gerais de padronizar as BPF. Sendo assim, é necessário que uma empresa invista nessas boas práticas  que impactam em confiabilidade, bem como uma boa visão no mercado.

 

Como funciona um programa de BPF?

Um programa de BPF é dividido em cinco categorias, sendo elas:

1) Instalações industriais: envolve a facilidade da limpeza, descarte de resíduos, a circulação de ar, a temperatura do ambiente, bem como a acessibilidade, a iluminação do ambiente, etc. Tudo para um ambiente de trabalho mais seguro. Quer deixar o local de trabalho de sua empresa mais seguro? Veja um pouco mais sobre mapeamento de risco.

Indústria insalubre

2) Pessoal: treinamentos constantes dos funcionários para boa conduta e manutenção de equipamentos, além da higiene no ambiente de trabalho.

3) Operações: boa recepção e armazenamento de matéria-prima, controle de processamento, registros de identificação, estocagem do produto final, dentre outros.

4) Controle de pragas: deve ser feito este controle em um perímetro ao redor da empresa, para tal é necessário vedações de portas, janelas e ralos, assim como inspeções periódicas em telhados e árvores para eliminar focos de praga.

5) Registro e documentação: essa etapa é fundamental para a manutenção das BPF. Muitas vezes uma boa documentação ajuda a resolver problemas com maior agilidade.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre o que são boas práticas de fabricação, é melhor compreender sobre consequências de não possuir essas práticas em sua indústria.

Consequências de não possuir BPF

Como as BPF são exigências da ANVISA, não cumpri-las gera problemas como o pagamento de multas altíssimas, autuações ou suspensão do negócio. Não só isso, mas também as boas práticas de fabricação são uma forma de demonstrar ao consumidor a qualidade de seu produto, já que um consumidor pensa algumas vezes antes de comprar algo de uma empresa a qual tem problemas com a Vigilância Sanitária.

Ademais, ocorreram problemas também com o mercado e com os concorrentes, pois a emissão de uma nota de que falta higiene no processo de uma empresa causa reações negativas no público, além de favorecer a concorrência, que está totalmente regularizada com a ANVISA. Com isso, observa-se que a utilização e a manutenção das boas práticas industriais são, na verdade, investimentos na qualificação do nome de uma empresa.

O que são Boas Práticas de Laboratório?

As Boas Práticas de Laboratório (BPL) ou, em inglês, Good Laboratory Practices (GLP) é a organização dos procedimentos que se aplicam, por exemplo, para os processos que estão envolvidos no dia a dia de um laboratório, seja ele de pesquisa ou de uma empresa, visando um maior controle da qualidade.

Nos laboratórios de pesquisa, as BPL estão incluídas desde o modo no qual o laboratório é planejado, passando pelos procedimentos que são executados nele, até chegar na sua monitoração, com registros e relatos.

As práticas de BPL são usadas principalmente para garantir a melhoria dos processos e, também para fazer a validação de qualquer resultado proveniente de toda e qualquer pesquisa que foi realizada.

No Brasil, o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) faz a acreditação dos laboratórios e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) se encarrega da parte de inspeção e habilitação.

Laboratório

Para garantir um ambiente seguro para todos, o BPL deve ser seguido, pois, nele se encontram informações sobre hábitos e práticas de laboratório, para citar alguns exemplos:

– Uso de cabelos presos;

– Uso correto de EPI, que deve ser fornecido pela empresa;

– Identificar tudo corretamente conforme o uso;

– Manter as soluções estoque com os rótulos legíveis.

Assim, com o uso da BPL, o ambiente é seguro tanto para os funcionários que trabalham dentro do laboratório quanto para os que trabalham fora, pois, com o uso de BPL, se evitam acidentes, sejam de natureza química, física ou biológica.

Para que as Boas Práticas de Laboratório sejam seguidas, é necessário fazer o treinamento dos trabalhadores, para que elas saibam como se portar em um laboratório, cuidando de si e das outras pessoas que estão em volta. Assim como utilizar os equipamentos de forma correta e, até mesmo, como fazer o uso correto dos EPIs (Equipamento de Proteção Individual) e EPCs (Equipamento de Proteção Coletivo).

 

Consequências de não possuir BPL

As Boas Práticas de Laboratório são uma ferramenta para gestão e controle de qualidade. Assim, ter um BPL bem estruturado em seu laboratório significa buscar sempre a melhoria contínua e, assim, a confiabilidade dos resultados e a prevenção de acidentes.

Há diferença entre risco, perigo e acidente. Você pode conferir mais clicando aqui.

A ABNT ISO 9001 é uma norma brasileira que tem diretrizes e requisitos para “Sistemas de gestão da qualidade”. A ABNT é a Associação Brasileira de Normas Técnicas. Em todo laboratório, existem riscos, lembrando que segundo a ABNT NBR ISO 9001:2015 diz que:

“Risco é o efeito da incerteza, e qualquer incerteza pode ter um efeito positivo ou negativo. Um desvio positivo proveniente de um risco pode oferecer uma oportunidade, mas nem todos os efeitos positivos de risco resultam em oportunidades.”

Um efeito negativo do risco pode ocasionar um acidente, de qualquer natureza.

Acidente carro

Casos onde houve falha 

É possível citar alguns casos famosos de grandes empresas onde houve falha nas Boas Práticas, entre eles, temos o caso do detergente no Toddynho (bebida láctea UHT sabor chocolate) em 2011 e soda cáustica no suco AdeS (bebida à base de soja) de maçã em 2013. Em ambos os casos, houve contaminação alimentar.

No caso de 2011, do Toddynho, foi envasada no lugar da bebida uma mistura “detergente” que era utilizada para a limpeza das máquinas e da linha de produção. Alguns exemplares chegaram ao mercado do Rio Grande do Sul e cerca de 32 pessoas consumiram o produto contaminado. A empresa recolheu todas as embalagens do lote contaminado e pediu para que as pessoas não consumissem seu produto caso pertencesse àquele lote. Além disso, ofereceu auxílio médico-hospitalar para todas as pessoas que chegaram a consumir o produto contaminado.

Enquanto isso, no ano de 2013, foi envasada soda cáustica, também utilizada para limpeza dos equipamentos e linha de produção no lugar do AdeS sabor maçã. A empresa teve que pagar uma multa altíssima e arcar com despesas médicas de todas as pessoas que chegaram a consumir o produto.

Além disso, ambas as empresas viram seu nome “queimado” na sociedade e seus concorrentes começando a vender mais do que eles, alavancando a venda dos produtos que ainda não eram tão conhecidos como as duas famosas marcas.

Nos dois exemplos acima, houve uma contaminação alimentar, mas existem falhas nas Boas Práticas em diversos segmentos além do alimentício. Existem casos, inclusive, na indústria farmacêutica. Nesse sentido, é de extrema importância se atentar para as boas práticas de fabricação e para as boas práticas de laboratório.

E aí, gostou do que leu? A Química Júnior pode auxiliar sua empresa a adotar as melhores práticas de fabricação e laboratório! Entre em contato!

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